Inauguração da atual Junta de Freguesia
O dia 29 de Dezembro de 1996 foi para Chão de Couce um dia que a povoação nunca mais esquece — foi a concretização de um sonho de mais de meio século, a inauguração do Edifício-sede da Junta de Freguesia. Para provar que o sonho era antigo, basta lembrar a notícia dada por O Mensageiro, de 6 de Janeiro de 1949, quando o Presidente da Junta de Freguesia de Chão de Couce era o farmacêutico José Augusto Lopes do Rego.
Aí, o correspondente de Chão de Couce, dizia expressamente que já se encontrava concluído o projecto para o Edifício Público (faltava apenas submetê-lo à aprovação do Estado), onde seriam instalados os seguintes serviços: Museu, Biblioteca, Correio, Junta de Freguesia e Posto Médico. A ideia de que seria um edifício polivalente estava certa. O tempo de espera é que certamente não estava nas previsões daquele correspondente, que, muito provavelmente, já não assistiu ao acto inaugurativo do referido edifício.
Quem presidiu à sua inauguração foi o Governador Civil de Leiria, Carlos André, que disse ser a primeira vez que vinha a Chão de Couce. Mas não seria a última. A concretização deste sonho dos autarcas de Chão de Couce iniciou-se cerca de 16 anos antes, com a aquisição das antigas instalações da "Garagem do Alves".
O projecto foi da autoria de Arlindo Miguel, e o edifício, depois de concluído, representou um investimento de cerca de 30 mil contos. O novo edifício-sede da Junta de Freguesia de Chão de Couce divide-se em três pisos que totalizam cerca de 600 m2. A cave tem à volta de 100 m2 é ampla e poderá ter diversas utilizações.
No rés-do-chão estão instalados os serviços do Posto dos Correios (da responsabilidade da Junta), um balcão da Caixa de Crédito Agrícola Serras de Ansião e Café/ Bar servidos autonomamente. No interior funcionam as secretarias da Junta e da Casa do Povo e sanitários.
No 1.º Piso está instalado o Pólo da Biblioteca Pública, que tem anexa a Biblioteca D. João Pais, constituída pelo magnífico espólio legado pelo titular à Junta de Freguesia. Tem ainda um amplo salão, sala de reuniões (destinada às sessões da Assembleia de Freguesia e a outras reuniões ou conferências),Gabinete do Presidente e sanitários.
No dia da inauguração, presenciada pelas principais personalidades políticas, militares e religiosas da freguesia e do concelho, por jornalistas e por algum público, o Presidente da Junta, Mário de Carvalho, era um homem realizado, por ver, finalmente, o sonho de tantos anos concretizado.
No seu discurso, afirmou a certa altura o seguinte: «A obra que hoje inauguramos reflecte o trabalho, o empenhamento e a vontade dos autarcas locais em dignificar a sua terra, apostando na melhoria das condições físicas da Junta de Freguesia e na instalação de serviços de utilidade pública, constituindo um contributo importante para o desenvolvimento de Chão de Couce».
Instituições de Apoio à 3ª Idade
Numa localidade com todas as características demográficas típicas da interioridade, onde o grupo dos mais idosos tem tendência a crescer cada vez mais, são muito necessárias instituições vocacionadas para o apoio à Terceira Idade.
Desde 1992, Chão de Couce tem uma das melhores instituições deste tipo, em todo o cocelho e na região – a Fundação D. Fernanda Marques.
Fundação D. Fernanda Marques uma obra de bem-estar para a sua terra, foi o sonho que um dia teve o casal constituído pelo Sr. Américo Simões Santo e a sua Esposa, Srª D.Deolinda Fernanda Marques, residente em Cascais, mas natural de Chão de Couce, em cuja igreja se realizou o seu casamento, no dia 6 de Novembro de 1955.
No dia 2 de Janeiro de 1990, seriam aprovados os Estatutos da nova Fundação, que, a 26 de Dezembro do mesmo ano, seria reconhecimentos como Instituição Particular de Solidariedade Socia, e, em Abril de 1991, começava a levantar-se bem no centro de Chão de Couce.
Trata-se de um imponente edifício, bem enquadrado no meio envolvente, cujo projeto é da auditoria do Arquitecto Raúl Marques e do Engº Agostinho Marques da Silva, e cujo custo, inteiramente suportado pelo Sr. Américo Simões Santo, se aproximou dos 120 mil contos. Com dois amplos pisos, o edificio da Fundação D. Fernanda Marques ficou concluído em meados de 1992, tendo sido inaugurado no dia 17 de Maio de 1992, com a presença do Ministro da Saúde, Dr. Arlindo de Carvalho. Além de todas as divisões que são habituais nestegénero de instituições, devidamente mobiladas, a fundação D. Fernanda Marques tem também um pequeno templo privativo, a Capela da Senhora da Saúde, onde regularmente é celebrada Missa, a que podem assistir os utentes que o desejem.
A Fundação D.Fernanda Marques dispõe de três carrinhas para o serviço de transporte de refeições fornecidas ao domicílio e das equipas que fazem a higiene das casas e das roupas dos utentes do Apoio Domiciliário.
Desde o início, a Fundação D. Fernanda Marques contou com três valências: Lar de idosos, Centro de Dia e Apoio Domiciliário. No no 2000, os utentes destas valências eram os seguintes: 45 no Lar de Idosos, 10 no Centro de Dia e 45 apoiados no domicílio. Os funcionários são 24, mais uma Assistente Social.
Sem fins lucrativos (no caso de haver saldos positivos os mesmos reverterão a favor de melhorias na Obra), esta Instituição vive, em termos financeiros, dos subsídios concedidos pelo Estado (que finaliza as contas), da comparticipação dos utentes e das suas famílias e ainda da ajuda da Liga de Amigos.
Biblioteca
Chão de Couce tem o 3º Pólo da Biblioteca Municipal de Ansião, instalado no edifício da Junta de Freguesia local, desde o dia 22 de Agosto de 1997. À inauguração presidiu o Dr. Fernando Ribeiro Marques, antigo Presidente da Câmara Municipal de Ansião, que se fez acompanhar pelo o antigo Diretor da Biblioteca Municipal de Ansião, Dr. Rui Miranda.
Depois dos Pólos do Avelar e de Santiago da Guarda, foi a vez de Chão de Couce ter um núcleo da iblioteca Municipal, evitando assim que os leitores tenham de se deslocar à sede do concelho para usufruir dos serviços que uma Biblioteca geralmente proporciona. O investimento que a Câmara fez com este serviço desconcentrado da sua Biblioteca representou cerca de 20 mil contos.
A Biblioteca de Chão de Couce conta, no entanto, com um fundo documental bastante enriquecedor, trata-se do espólio bibliográfico do Dr. D. João Pais, que o mesmo fez questão de deixar à Junta de Freguesia da terra onde viveu a maior parte da sua vida. Pena é que mesmo espólio, certamente de grande valor patrimonial e literário, ainda não tenha tido o prévio tratamento catalogal que permita a posterior consulta do público em geral.
No fundo bibliográfico municipal ficaram na Biblioteca de Chão de Couce 1500 livros, que, segundo o protocolo assinado entre a Câmara e a Junta de freguesia, previa a dotação de equipamento informático destinado à gestão da Biblioteca. O pessoal em serviço neste pólo é da responsabilidade da Junta de Freguesia, mas trabalha segundo a orientação técnica dos serviços culturais da Câmara, e contou, desde o início, com um subsídio mensal camarário no valor de 68 contos, que tem tido atualizações anuais de acordo com os aumentos salariais da Função pública.
A Biblioteca de Chão de Couce funciona de Segunda-feira a Sabado, e além de um razoável conjunto de obras literárias, infantis e juvenis, dispõe ainda de Revistas e de vários jornais diários, semanários, regionais e desportivos.
Associação de Cultura, Recreio e Beneficência
A nível de atividades a ACRB promoveu diversas iniciativas de carácter cultural, como a realização de conferências, espetáculos musicais e de variedade, sarau, teatro, e, mais importante que isso, revelou-se mesmo uma Instituição criadora de cultura, sobretudo, no campo da dança, do canto e da música, ao fazer rejuvenescer o Orfeão e ter criado o seu Rancho Folclórico.
A Direcção da ACRB, logo numa das suas primeiras sessões (26.07.1941) leliberou organizar um rancho folclórico, de que ficaram encarregues os Senhores Dr. D. João Pais e Francisco Fernandes de Oliveira. O Rancho teve algum êxito e durou até, pelo menos, meados da década de sessenta, tendo-se deslocado, com assinalável brilho, a várias terras da região, nomeadamente a Maçãs de D. Maria, Avelar e Penela.
Além do Rancho e do Orfeão,outra importante valência da Associação têm sido os espetáculos musicais que promoveu e vem promovendo nos últimos anos, com a realização regular dos Festivais da Canção Jovem, que são já uma importante referência que extravasou largamente os limites da freguesia e do concelho, sendo apoiada anulmente por várias entidades e instituições locais e nacionais.
Ping-pong, cartas, jogos de damas, quino (loto), dominó, xadrez e bilhar foram alguns dos jogos que os sócios tiveram à sua disposição na sede da ACRB. Também foi possível a audição de música através de um antigo aparelho de TSF – o rádio era de marca "Welco", custou 1.570$00 e só podia funcionar quando estivesse presente algum membro da direcção.
Os bailes foram uma outra forma de convívio bastante frequente na sede da Associação, tanto nas instalações arrendadas como nas atuais. Por vezes trouxeram alguns dissabores, como é costume neste tipo de eventos, mas, regra geral, representaram uma boa forma de diversão, sobretudo para as camadas mais jovens da população de Chão de Couce e dos arredores.
Em conclusão, a Associação de Cultura, Recreio e Beneficência de Chão de Couce foi uma execelênte iniciativa dos notáveis de Chão de Couce de há 76 anos atrás. A melhor forma de continuar a honrar aqueles que tudo fizeram para que a Associação fosse um espaço exemplar de convívio, cultura, recreio e apoio solidário, é manter viva essa chama de associativismo, verdadeiramente ímpar,existinto nos dias de hoje atividades para pessoas de todas a faixas etárias.
Cemitério
Como se sabe os enterramentos fizeram-se, ao longo da maioria dos séculos que a humanidade leva de cristandade, no interior dos recintos sagrados, igrejas e capelas. Os Concílios de Braga (663), de Meaux (845) e de Reims (1117) entre outros, pronunciaram-se contra essa tradição, mas ela manteve-se até ao século XIX.
Em Portugal, os Alvarás de 27 de Março de 1805 e de 18 de Outubro de 1835 criaram os cemitérios públicos, mas seria a legislação de Costa Cabral de 1844 que, por imperativos de saúde pública, obrigaria ao fim dos enterramentos nas Igrejas. As reacções não se fizeram esperar, chegando a provocar levantamentos que degeneraram na "Maria da Fonte".
Foi durante a segunda metade do século XIX que se construiu o primeiro Cemitério Público de Chão de Couce, hoje substancialmente alterado e alargado. Até cerca de 1930, a entrada no Cemitério era junto à Capela, virada para o lado da Aguda, cujo acesso se fazia pela estrada de Trás da Vinha.
Depois dessa data, o Cemitério foi ampliado sensivelmente para o dobro da área que tinha (ficando a corresponder a cerca de 1/3 da área atual), e o portão da entrada principal foi mudado para onde se encontra hoje. Finalmente, na década de 1970, procedeu-se a um alargamento, passando a ter a área que mantém atualmente.
Embora não se saiba ao certo a data da construção do Cemitério de Chão de Couce, não há dúvidas de que terá sido durante a segunda metade do século XIX.
Em 1857 alguns enterramentos ainda se faziam na Igreja, mas mais para o fim do século já se realizavam no Cemitério, cuja Capela deve ter sido construída em 1908, ano em que consta no Livro nº1 da Tessouraria da Junta da Paróquia de Chão de Couce, de 1893 a 1967 uma receita motante de 64$640 réis, referente ao produto duma subscrição que se fez para a compra de uma Imagem do Nosso Senhor Jesus Cristo Crucificado para a Capela do Cemitério.
A partir dos dados recolhidos nesta mesma fonte de informação, elaborámos o Quadro XXXVIII, onde se dá conta das pessoas que adquiriram sepulturas no Cemitério de Chão de Couce, entre 1892 e 1967. Efetivamente, durante muitos anos, a venda de terrenos no Cemitério foi quase a única receita da Junta de Freguesia de Chão de Couce.
As infra-estruturas da Freguesia vão no sentido de dar respostas aos problemas de melhoria de condições de vida da população no que respeita à higiene e salubridade, manutenção de estradas e caminhos, conservação de escolas, cemitério e recintos públicos. Dotar a freguesia dos bens essenciais, para uma melhor qualidade de vida, é um objectivo deste executivo.
Nesta Freguesia existem dois cemitérios, nos lugares de Chão de Couce e Ameixieira. O abastecimento de água tem cobertura a 100%, já o saneamento tem uma cobertura de 33%. Na sede da Junta de Freguesia funciona um posto dos CTT, funcionando de Segunda a Sexta-feira, das 09:00 Horas às 13:00 horas e das 14:00 Horas às 18:00 Horas, o carteiro faz o giro diário por todos os lugares da terra. A Freguesia da Chão de Couce está dotada de dois bancos, todos eles equipados com ATM. A recolha do lixo é efectuada pela Câmara Municipal de Ansião, percorrendo diariamente os lugares da Freguesia, existindo também em vários lugares da freguesia ecopontos para a promoção da reciclagem. As crianças podem ainda, usufruir de quatro parques infantis, em Chão de Couce(2), Alqueidão e Serra do Mouro, equipados para as suas brincadeiras. Ao nível dos transportes, a Freguesia é servida diariamente pelas carreiras de transportes públicos da TRANSDEV, com destino a Coimbra, Tomar, Pombal, Lisboa, Ansião, entre outros. Possui ainda quatro praças de táxis.
Cultura e Desporto
Terra culturalmente rica com um fervilhante espírito associativo, fez surgir aqui várias colectividades ao longo dos tempos, onde as populações se foram organizando em associações ou colectividades, perseguindo finalidades e objectivos bastante diversificados, sempre a elevar a sua cultura e o bem estar social, onde com muita competência e orgulho, efectuam um excelente trabalho de promoção dos valores e talentos da sua terra natal, assim como a recuperação, preservação e divulgação da cultura rural ancestral. São disso exemplo as várias de colectividades/Associações pertencentes à Freguesia, nomeadamente a Associação Cultural e Recreativa Margaridas da Serra, a Associação de Cultura, Recreio e Beneficência de Chão de Couce e o Lusitano Ginásio de Chão de Couce, todos eles contando com o apoio da Junta de Freguesia na promoção cultural da terra. Um polidesportivo e um campo de futebol de onze com relva sintética oferecem exclentes condições para a prática desportiva. Cabe ao Lusitano Ginásio de Chão de Couce promover o desporto na terra, onde jogar por amor à camisola e transportar tudo isso num clima de verdadeiro ambiente hospitaleiro são alguns dos trunfos que mantêm bem viva a chama destas Associações. Também a etnografia tem representatividade nesta Freguesia, onde o Grupo Folclórico Margaridas de Serra se tem preocupado em preservar os usos e costumes desta Terra, com um vasto repertório, fruto de uma recolha efectuada sobre danças, cantares e trajes, os vão apresentando nas suas permanentes representações.
Um fervilhante espírito associativista fez surgir na Freguesia de Chão de Couce, ao longo dos tempos, numerosas colectividades, que, com muita competência e orgulho, efectuaram um excelente trabalho de promoção dos valores e talentos da sua terra natal. Aqui se referem algumas das que mais marcaram o desenvolvimento de Chão de Couce:
O Grupo Dramático Recreio e Beneficência de Pedra de Ouro surgiram em finais da década de 1940, no referido lugar. Por iniciativa do Sr. João Ferreira (natural da Batalha, aqui residente por motivos profissionais), mais conhecido por "Barbosa", reuniu-se um grupo de homens e mulheres que levou a cena diversas peças de teatro, com excelente recepção por parte do público.
Mais tarde, a partir do mesmo núcleo de pessoas, nasceu um Rancho Folclórico, que era ensaiado pelos senhores Barbosa, Abílio Mendes e António Pires. Nas décadas de 1960 e 1970, existiu o Grupo Cénico de Chão de Couce, que trouxe um bom desenvolvimento à arte da representação, nesta Freguesia, e que apresentou espectáculos de bastante qualidade.
A ideia de fundar o Orfeão de Chão de Couce nasceu na década de 30 do século XX, mais concretamente no contexto da festa de inauguração do Retábulo de Nossa Senhora da Consolação, da autoria de José Malhoa, na Igrejas de Chão de Couce, a 10 de Setembro de 1933. Perante a reacção à curta composição de Beethoven, interpretada por D. Elvira Rego, Dr. F. João Pais e Dr. Alberto Rego, respectivamente em órgão, violino e violoncelo, decidiu-se criar um Orfeão, para tornar mais frequente aquela manifestação cultural em Chão de Couce.
No dia 3 de Fevereiro de 1935, ocorreu a ansiada estreia do Orfeão, na Quinta de Cima, formado por um largo conjunto de rapazes e raparigas, e por uma tocata composta de viola, banjo, guitarra, ferrinhos e flauta. Para além de ternas como "0 Fado da Academia", "Auto da Morfina Mendes" e "O Vento de Outono", o Orfeão efectuava números de "Variedades", em que os seus elementos trajavam a preceito e recriavam interessantes cenas da vida rural, nomeadamente "As Leiteirinhas", "As Padeirinhas e os papo-secos", "A Desfolhada., e "Os Trouxas ".
Apesar de oscilar entre momentos altos e baixos, o Orfeão subsistiu até à segunda metade da década de 60, quando se iniciou um processo de decadência irreversível, que culminou com o seu desaparecimento. No domínio da Música, foram importantes, a antiga Filarmónica de Chão de Couce e do Avelar, que ara ensaiada pelo mestre João Alves Moreira, residente em Coimbra; e a Tuna do Avelar, fundada em 7 de Novembro de 1915.
O Grupo dos Onze (foram onze os seus fundadores) dedicava-se a saraus culturais, passeios e banquetes, em que participavam, os seus membros, embora tenha feitos prova, ter, diversas ocasiões, de interesses humanitários e patrióticos. Parte do núcleo fundador deste grupo colaborara no jornal O cavador e fizera parte da Associação Republicana.
O Agrupamento de Escuteiros de Chão de Couce, fundado em Outubro de 1974, funcionou durante cerca de meio ano, graças à dedicação de Professor Manuel Augusto Dias (autor da obra Chão de Couce - Estudo Monográfico, editado em 2001), de um seu amigo do Alqueidão, Sérgio Nunes e do Padre Adriano Simões Santo.
As reuniões decorriam ao fim-de-semana, numa das salas de antigo edifício da Escola de Chão de Couce, onde posteriormente se instalou a Posto Clínico. Entre as suas actividades, merecem destaque a realização de algumas pistas na Freguesia; as saídas de campo, nomeadamente, à Serra da Nexebra; e o acampamento efectuado, nos dias 23 e 24 de Dezembro de 1974, na zona da Bairrada, freguesia de Pousaflores.
O grupo extinguiu-se em Maio de 1975 e a única tentativa de reanimação, levada a cabe em1988, revelou-se efémera.
Actualmente, a responsabilidade de manter viva a bem sucedida tradição associativista desta Freguesia recai sobre a Associação de Cultura, Recreio e Beneficência de Chão de Conte; o Lusitano Ginásio de Chão de Couce e a Associação Cultural e Recreativa “Margaridas da Serras".
A Associação de Cultura, Recreio e Beneficência de Chão de Couce foi instituída no dia 15 de Abril de 1941, com o objectivo de ajudar os mais desfavorecidos e contribuir para a promoção da cultura e de lazer. A música, a beneficência (organização de uma colónia balnear; gratuitidade das consultas médicas para os filhos dos associados, em idade escolar; concessão pontual de subsídios em dinheiro a famílias carenciadas) e o desporto, suas principais áreas de acção, tiveram um desenvolvimento até então inimaginável.
A Associação foi também palco de interessantíssimos debates e reflexões, apresentando muitas conferências dedicadas a temas contemporâneos de interesse de toda a comunidade local.
No aspecto lúdico, os sócios encontravam diversos jogos à sua disposição na sede da colectividade, nomeadamente, pingue-pongue, cartas, damas, quino (lota), domine, xadrez e bilhar, entre outros.
Actualmente, esta Associação continua a ser um espaço de convívio, cultura, recreio, que honra todos aqueles que estiveram envolvidos na sua fundação, há cerca de 60 anos.
O Lusitano Ginásio Clube de Pedra do Ouro, fundado em 1958, germinou graças a um grupo de jovens que, poucos anos antes, começou a reunir-se, ao domingo, com alguma regularidade, na Pedra de Ouro, para praticar futebol, um desporto que começava a conquistar grande popularidade na região.
Os treinos decorreram, durante muito tempo, num terreno em Relvas, que ficou conhecido como Campo de Futebol do Carvalhal de Manuel Rosa. Depois de várias tentativas frustradas, o Clube logrou envergar o seu primeiro equipamento, em segunda mão, cedido generosamente por um natural da Freguesia, a Sr. Alberto Faustino, Director do Lusitano de Évora.
A ideia de transferir o Clube para a sede da Freguesia não foi acolhida pacificamente, mas o então Pároco, Padre Manuel Gaspar Furtado, geriu o conflito e conseguiu consensualmente alterar o nome do Clube para Lusitano Ginásio de Chão de Couce e a localização do mesmo. No entanto, começaram tempos de algum esmorecimento.
Com a chegada de Padre Adriano Simões Santo a Chão de Couce, a colectividade conheceu novo dinamismo, com a edificação de um novo campo de jogos, no Salgueiral (24 de Setembro de 1967), e respectivos Balneários.
Em 1979, o Lusitano ginásio integrou-se na Associação de Cultura, Recreio e Beneficência de Chão de Couce, onde se manteve até 1993. No dia 25 de Julho de 1999, ocorreu a inauguração da nova Sede da Colectividade.
Em termos de actividade, o Clube logrou passar da 2.ª Divisão Distrital a 1.º Divisão Distrital; na época de 1999/2000, foi promovido à Divisão de Honra da Associação de Futebol de Leiria; que disputou energicamente, na época seguinte, tendo ficado muito próximo da subida à 3.ª Divisão Nacional.
O Grupo "Amanhecer" foi fundado, na Freguesia, no fim de Verão de 1980, e desenvolveu uma série de iniciativas, nos domínios da música (grupo de música ligeira e patrocínio de uma Escola de Música), da teatro (participação no VII Festival - de Teatro Amador do Distrito de Leiria) e da imprensa local (edição de pequena jornal mensal, Palhais, a partir de 1985). Esta colectividade desapareceu cerca de dez anos após a sua fundação.
A Associação Cultural e Recreativa “Margaridas de Serra" surgiu, em meados da década de 1980, na Serra do Mouro. A sua principal valia é o seu Rancho Folclórico, que preserva diversos aspectos da etnografia local, A designação de “Margaridas" ficou a dever-se a grande quantidade de flores daquele tipo que ali surge, na Primavera.
O Grupo tem cerca de meia centena de figurantes, com idades compreendidas entre os 7 e os 70 anos, que se distribuem pelos pares de dança, cantadores e tocata. Esta última compõe-se de três acordeões, um bomba, uma viola, ferrinhos, reco-reco, pandeireta e tréculas.
Saúde e Educação
Antiga casa de Saúde de Chão de Couce
Um outro estabelecimento de Saúde, edificado no período do Estado Novo no concelho de Ansião, foi a Casa de Saúde de Chão de Couce. No fim da década de 40, os três médicos residentes em Chão de Couce contribuíram para a concretização desse importante melhoramento.
Foram eles os Drs. João Pais de Almeida e Silva, João Quintela e Alberto Rego. Os primeiros tiveram a iniciativa, o ultimo contribuiu com o edifício, que, em meados de 1950, estava quase concluído, junto ao Pelourinho. A nova Casa de Saúde anunciava-se como uma das melhores, em termos de equipamento médico, pois iria ter Raio X, Ultra Violeta e Radioscopia.
Os mentores do projecto contavam também com a garantia de colaboração do Prof. Dr. Manuel Montezuma de Carvalho, Professor da Universidade de Coimbra, que semelhantemente, se deslocaria a Chão de Couce, para dar todo o apoio possível no serviço operatório e na observação dos doentes.
Antiga Cantina Escolar
A antiga cantina Escolar de Chão de Couce foi apoio dado às escolas frequentadas por crianças provenientes de meios mais carênciados, esta cantina foi obra do Comendador, e grande benemérito de todo o concelho, Alberto Mendes Rosa. Em 1954, quando visitou a sua terra Natal, ofereceu para a fundação da Cantina Escolar a avultada quantia de 250 mil escudos (1246.99 euros).
Três anos depois, mais concretamente no dia 3 de Agosto de 1957, dia em que receberia as insígnias de Comendador da Ordem de Benemerência, visitou a linda Cantina Escolar que maravilhou todos os presentes, pelo que significava para todas as crianças que ali poderiam tomar refeições em vez do tradicional "farnel" sempre demasiado frugal, para as crianças daquela idade. A Cantina Escolar foi transformada em pré escola tendo a duração de 28 anos. Nos dias de hoje este edificio é usado como Casa Mortuária.
Actual Centro de saúde de Chão de Couce
Quatro anos após a "Revolução dos Cravos", ou seja em 1978, foram feitas obras de adaptação numa antiga escola primária de Chão de Couce, situada frente à Igreja Paroquial, para aí ser instalado o Posto Clínico de Chão de Couce.
Passado cerca de 20 anos, as instalações do Posto Clínico apresentavam-se bastante deterioradas, devido à antiguidade e às infiltrações de água. Informado da situação, o serviço Sub-Regional de Saúde de Leiria disponibilizou uma verba de 10 mil contos para a remodelação do antigo Posto Clínico.
No entanto, a Junta Freguesia local, levantou, na Assembleia de Freguesia, o problema da construção de um novo edifício que fosse destinado, de raiz, à saúde, devidamente apetrechado, que pudesse receber condignamente os milhares de utentes e dar boas condições de trabalho ao pessoal médico e auxiliar.
Depois de alguma polémica, venceu a proposta da Junta de Freguesia, que recolheu o apoio da Câmara Municipal de Ansião e da Sub-Região de Saúde de Leiria, e, por isso, foi assinado, no dia 4 de Março do ano 2000, um protocolo, o Presidente da Junta de Freguesia de Chão de Couce.
O novo Centro de Saúde de Chão de Couce, situa-se na Rua da Ramalha, e, no inicio da sua construção, com a colaboração da Sub-Região de Saúde de Leiria, que concedeu um subsídio de 10 mil contos para o efeito, e sobretudo, com a boa vontade da Junta de Freguesia que foi quem teve a iniciativa, e sobre cujos ombros caiu a responsabilidade de gerir as obras que, finalmente, chegaram ao fim.
A inauguração ocorreu no dia 28 de Julho de 2001 com a presença das entidades cooperantes, de muito povo e da Secretária de Estado Adjunta do Ministro da Saúde Carmen Pignatelli, que foi quem presidiu.
Para trazer uma maior comodidade aos utentes, evitando deslocações necessárias a outro local a fim de aviarem as suas receitas médicas, e para ser instalada em melhores condições, foi transferida para próximo do novo Centro de Saúde a antiga Farmácia Rego, sendo assim a actual Farmácia Reis Freire.
O centro de Bem-Estar social
O Centro Paroquial de Chão de Couce foi transformado em Instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS), em meados da década de 1980, passando a denominar-se Centro de Bem-Estar Social de Chão de Couce, cabendo a sua Direcção ao respectivo Pároco, actualmente, o Padre Manuel Martins.
Nessa altura contava com mais de 50 crianças (das freguesias de Chão de Couce, Maçãs de D.Maria e Aguda), tinha 8 funcionários (uma educadora de infância, duas vigilantes de educação, uma cozinheira, duas empregadas auxiliares, uma escrituraria e um motorista) e despesas anuais no valor de 3 mil contos.
Actualmente, o Centro de Bem-Estar Social de Chão de Couce, nas suas duas valências, Creche e Jardim de Infância, tem cerca de 80 crianças, não só de Chão de Couce, mas também da vizinha freguesia de Maçãs de D. Maria e dos Cabaços (do concelho de Alvaiázere).
As crianças almoçam e lancham no Jardim e são provenientes de famílias pobres, que nada ou pouco pagam. A instituição viveu de donativos de várias entidades e benfeitores, mas actualmente depende sobretudo dos subsídios do Estado (através da Segurança Social) e dos pagamentos dos pais, calculados de acordo com os seus rendimentos.
Criado em 1972 pelo Padre Adriano Santo, ao tempo pároco desta freguesia, para dar apoio a crianças na idade pré-escolar, teve, e tem, como berço o Centro Paroquial, cujas instalações são nesta altura insuficientes. Das 13 crianças iniciais passou para as oito dezenas, que são as que ali se encontram actualmente, cujas idades vão dos 3 meses aos cinco anos, e, dizem-nos, mais teria se houvesse espaço para as acolher.
A acção social é um direito inegável do cidadão. Este deve ser alvo de um acompanhamento eficaz, de forma a viver de forma digna e segura. Consciente dessa responsabilidade, a Freguesia de Chão de Couce sempre amparou os seus habitantes, sendo o apoio social da Freguesia prestado por instituições devidamente certificadas para o efeito, nomeadamente o Centro de Bem-Estar Social de Chão de Couce, instituída no dia 15 de Abril de 1941, com o objectivo de ajudar os mais desfavorecidos e contribuir para a promoção da cultura e de lazer, a Fundação Fernanda Marques, com origem numa decisão de dois naturais de Chão de Couce tendo sido inaugurado sob a presidência do Ministro da Saúde de então Dr. Arlindo de Carvalho. Actualmente tem três valências: Lar de Idosos, Centro de Dia e Apoio Domiciliário.
No que respeita à saúde, uma extensão de saúde tem aqui lugar, a extensão de saúde de Chão de Couce, prestando os cuidados básicos e primários á população, sendo que em casos de maior gravidade, os habitantes deslocam-se ao Centro Hospitalar de Coimbra (Covões), Hospital de Pombal e ao Centro de Saúde de Ansião. De realçar que se encontra uma farmácia disponível nesta Freguesia, para quem tenha necessidade de usufruir deste serviço. Estão também ao dispor da população duas clínicas privadas
A educação é o futuro de qualquer civilização. Nela reside a chave do saber e da cidadania. Assim sendo, desde os primeiros rabiscos até aos mais solidificados conhecimentos, as crianças aprendem em infra-estruturas que são o fruto da preocupação de cultivar a educação.
A Freguesia de Chão de Couce está munida de duas escolas, a Escola EB 1 de Chão de Couce e a Escola EB1 de Pedra do Ouro, durante o ano lectivo 2011/2012, serão substituídas pelo novo Centro Escolar, construído junto à Zona de Lazer. Para prosseguirem os seus estudos, os alunos deslocam-se para Ansião e Avelar. Está também esta Freguesia equipada com um Jardim-de-infância, na sede de Freguesia.