Para satisfazer a sede de cultura dos seus visitantes, esta Freguesia oferece o seu património histórico, cultural e natural, fruto do esforço colectivo de gerações sucessivas, de que se destacam os seguintes pontos de interesse:
Igreja Paroquial
Na sede da Freguesia, situa-se o Templo Paroquial que tem Nossa Senhora da Conceição como Padroeira.
Segundo as Memorias Paroquiais de 1758, o antigo Templo possuía quatro altares: o primeiro pertence a Padroeira, com imagem e Quadro, o segundo, colateral do lado esquerdo, apresentava um Cristo Crucificado e as imagens de São Luís, São Sebastião, Santa Catarina e São Raimundo; o terceiro, do lado contrário, com o Divino Espírito Santo, São Brás, São Caetano e o Painel das Almas; e o quarto, também de lado direito, dedicado a Nossa Senhora das Neves.
A Igreja actual foi construída durante o tempo em que e Padre Manuel Mendes Gaspar paroquia Chão de Couce, com o esforço de toda a população local e a ajuda inolvidável de ilustres visitantes da Quinta de Cima. O belo Templo guarda religiosamente um verdadeiro tesouro artístico, o Retábulo de Altar Mor, última obra de José Malhoa (oferecida pelo Mestre, que passava grandes temporadas hospedado na referida Quinta), que impressiona pelo realismo dos seus figurantes e da própria Nossa Senhora, colocados num ambiente mística que parece unir a Terra ao Céu.
Depois da bênção da nova Igreja, em finais de 1939, os leigos mais jovens, de ambos os sexos, deram um bom exemplo da sua Fé, iniciando novos cultos na Matriz de Chão de Couce. Assim, em Maio de 1931, as raparigas, dirigidas pela Professora Maria Lusa Rego, adquiriram uma Imagem de Santa Teresinha do Menino Jesus, que foi benzida e conduzida processionalmente até ao Templo. Dois meses mais tarde, os rapazes solteiros da Paróquia compraram uma Imagem de Beato Nuno (trata-se do Condestável D. Nuno Álvares Pereira, beatificado pela Santa Sé em 23 de Janeiro de 1919), igualmente benzida e conduzida à Igreja.
O Templo preservou, durante cerca de duas décadas, a antiga Torre, que havia sido projectada pelo Dr. Augusto da Cesta Rego e se situava no lado oposto àquele em que se encontra a actual (construída na década de 1950, graças à generosidade do Comendador Alberto Mendes Rosa).
Merecem destaque, para além das muitas imagens que ocupam os seus altares, os azulejos da nave, capela-mor e fachada principal, da autoria de Mário Reis (ceramista, discípulo de Columbano).
Entre 1993 e 1995, a Igreja foi beneficiada coma construção de um Salão para reuniões; o arranjo da Sacristia, no lado poente; e, no lado oposto, a criação de três salas de catequese; a adaptação de um espaço para Capela Funerária; e a substituição dos telhados, pintura exterior e relógio.
Em 2000, as paredes interiores foram pintadas de novo; os tectos e os soalhos substituídos por madeira exótica; os bancos restaurados; feita nova instalação sonora e eléctrica; restaurados os altares; e as talhas melhoradas com pinturas e douramentos a cargo da prestigiada casa de arte religiosa da cidade de Braga, obras inauguradas no dia 22 de Junho, pelo então Bispo-Coadjutor de Coimbra, D. Albina Cleto.
Construção do Centro Pastoral em Chão de Couce
Foi escolhida a localidade de Chão de Couce para a sua construção, por se considerar a mais central de toda a região. O terreno para construção do Centro Pastoral, com uma área de 4 mil metros quadrados, foi adquirido em 1982, no lugar da Mó, nas abas da Serra da Nexebra, a cerca de 500 metros da Igreja Paroquial de Chão de Couce.
O projeto do Centro Pastoral da região sul foi elaborado pelo Arquitecto Fernando Medeiros Gaspar, na cidade de Santos (Brasil), como se sabe geminada com Ansião, e oferecido pela empresa de construção "Miramar. Foi inspirado na Costa Diocesana daquela Diocese – CEFAS (Centro de Espiratualidade e Formação Apostólica de Santos) – que vigário Episcopal desta Região visitou em Maio de1983. Os cálculos e a direcção técnica da obra foi oferta do Eng.º Adriano Marques, de Chão de Couce. Em menos de 4 anos, graças ao empenhamento do Sr. Padre Adriano que soube congregar apoios e ultrapassar imensas dificuldades, a obra estava de pé. O novo edificio ocupa cerca de 700 m2, em área coberta, tendo o total de 1320 m2 de construção, e o seu custo ultrapassou os 20 mil contos. Inclui capela, amplo salão, com divisórias para salas, hall, gabinete de recepção, sala de bar, cozinha, despensa, lavandaria, refeitório, resdência para vigário Episcopal, residência para religiosas, alguns quartos e 3 camaratas.
A direcção e a Administração do Centro pertencem ao Vigário Episcopal, antigo padre Manuel da Silva Martins.
Capelas
Têm Capela, os lugares do Alqueidão, dedicada a Nossa Senhora da Nazaré; Ameixieira, que tem por orago, Nossa Senhora do Rosário; Casal Soeiro, da invocação de São Francisco; e Serra de Mouro, dedicada a Santo António; bem como Pedra do Ouro, da invocarão de São Jorge; e a Quinta de Cima (Capela Privativa), dedicada a Nossa Senhora do Rosário.
Alminhas
Estes pequenos e singelos monumentos erguidos pela devoção e piedade religiosas abundam na Freguesia, podendo citar-se os da Ponte de Freixo, de Vila Pouca, das Relvas, da Amieira, da Tojeira, dos Moutinhos, da Freixieira, do Casal Soeiro, da Lagoa da Ameixieira, de Trás da Vinha de Alqueidão, da Ameixieira e da Cruz das Unas na Serra do Moura.
Quinta de Cima
Trata-se de um dos "ex-libris" desta Freguesia, um espaço idílico, cuja história remonta ao começo da Nacionalidade e se funde, frequentemente, com a da povoação a que pertence. Começou por ser propriedade reguenga, até que D. Afonso III, no ano de 1258, dele fez doação, em dote de casamento, a D. Constança Gil, dama de companhia da Rainha D. Beatriz. Esta doou-a, mais tarde, a seu sobrinho D. Martim Gil de Sousa, Conde de Barcelos.
Por testamento de 23 de Novembro de 1312, o Conde deixou-a, juntamente com outros bens, ao Mosteiro de Santo Tirso, para a construção de uma nova e esplendorosa Igreja. O acto benemérito da sua esposa mereceu que os monges, em 1529, os juntassem no mesmo túmulo e lhes dessem o lugar de maior honra, o lado do Evangelho da Capela-Mor do novo Templo. No entanto, não foi na Quinta de Cima que aquele se erigiu, porque se situava muito longe de Santo Tirso e os monges preferiram trocar esta propriedade por outras terras. Assim, D. João Afonso, genro do Rei D. Dinis tomou-se dono da Quinta. Segundo se conta, neste período, ou mais concretamente entre 1372 e 1373, ali viveram algum tempo a Rei D. Fernando e O. Leonor de Teles, com quem casara secretamente, contra a vontade do povo.
Em 4 de Junho de 1451, a Quinta saiu novamente da posse da Família Real, por doação de D. Afonso V a D. Pedro de Meneses, 3.° Conde de Vila Real, e 1.º Marquês de Vila Real, Durante várias gerações permaneceu naquela poderosa família, até que D. Luís de Meneses 9.° Conde e 7.° Marquês de Vila Real, e 7.° e último Senhor da Quinta de Cima e das Cinco Vilas, caiu em desgraça, por conspirar contra a vida de D. João IV. Condenado à pena máxima, foi degolado no dia 29 de Agosto de 1641, juntamente com seu filho, D. Miguel Luís de Meneses, 2.º Duque de Caminha, que embora não tivesse participado da conjura, dela teve conhecimento e guardou segredo. Os bens da Casa de Vila Real foram confiscados pela Coroa que, com eles, fundou, em 1654, a Casa de Infantado, para sustento dos infantes secundogénitos (neste caso, do Infante D. Pedro), com os mesmos privilégios e isenções que a Casa de Bragança, pertença do primogénito e futuro Rei. A partir daquela data, a Quinta de Cima e as Cinco Vilas (bem como muitos outros bens) pertenceram por inteiro aos segundos filhos da real nacional.
Com a extinção da Casa do Infantado, em 1834, D. Pedra IV concedeu a Quinta de Cima ao Sargento-Mor das Antigas Ordenanças das Cinco Vilas e Cavaleiro da Ordem de Cristo, António Lopes de Rege. Assim, a Quinta entrou na posse da importante família Lopes do Rego, no seio de qual permanece até hoje. Após o recente falecimento do Engenheiro Alfredo Rego Barata, D. Maria Eduarda de Rolin de Seabra Pereira Barata, sua viúva, mantém, na Quinta de Cima, a sua residência.
Um dos períodos áureos da Quinta de Cima e da freguesia de Chão de Couce decorreu quando, naquela, habitaram os seus proprietários, Ler. Alberto Rego e Sra. D. Elvíra. Resumindo a vivência cultural de que a casa foi palco, o Professor da Casa. Pia de Lisboa, de visita a Chão de Couce, proferiu uma conferência sobre o "Cristianismo Integral”, em que afirmava: "a Quinta de Cima é bem a corte da Vila".
Efectivamente, ali se sucediam os saraus musicais e artísticos, sempre de elevado nível, que contaram com a presença dos mais insignes artistas nacionais. As conferências eram também uma constante, forma quase única de colmatar a ausência de centros culturais, trazendo a debate temas muito pertinentes e de extrema importância para aquela época.
Nomes sonantes da Música (Ferrando Cabral, Helena, Moreira de Sá e Costa e sua irmã, Madalena Moreira de Sã e Costa, Elisa Baptista de Sousa Pedroso, Rui Coelho, Sílvia Leão, Maria Carlota Tinoco, António Lima, Henri Mouton, Engenheiro Carlos de Beires Fernandes, António Menano, Maria Amélia Duarte de Almeida e Maestro Fernando Lopes Graça), da Pintura (José Malhoa, Carlos Reis, João Reis e Domingos Rebelo), da Ciência (Professor Egas Moniz, primeiro Prémio Nobel português e o Dr. Eduardo Coelho), das Letras (Afonso Lopes Vieira, Domitilia de Carvalho, Hernâni Monteiro, Maria Amália Vaz de Carvalho e Raul Proença) e da Igreja (Padre Américo).
Pelourinho
O Pelourinho, como se sabe é o símbolo da autonomia administrativa de um concelho. No passado, esse monumento, era a marca material do poder local, junto do qual eram executadas as sentenças da Justiça.
Como o antigo Pelourinho de Chão de Couce, com o decorrer dos séculos, acabou por desaparecer, o Pároco que mais tempo serviu a Paróquia de Chão de Couce (durante 54 anos), e que também foi Presidente da Câmara de Ansião, por mais de uma vez, resolveu tomar a iniciativa de mandar proceder à construção de um novo Pelourinho para Chão de Couce, em 1949, cujo projecto é da auditoria do Eng. Mário de Abreu.
O atual pelourinho lavrado em pedra da Serra de Ansiãp, foi inaugurado no dia 26 de Julho de 1949. Uma base quadrangular, de três degraus sobrepostos que vão diminuindo de área à medida que sobem, suporta uma coluna de arestas, na qual se vêem o brasão nacional, encimada pela esfera armilar e pela cruz de cristo, símbolos utilizados na arte manuelina – sem dúvida uma referência ao Rei D. Manuel, que concedeu nova Carta de Foral à vila de Chão de Couce no dia 12 de Novembro de 1514.
Património Civil
Do património arquitectónico civil, destacam-se as seguintes Casas: a que pertenceu ao Padre Manuel Mendes Gaspar; a da Quinta da Cerca, aquela em que viveu o Dr. João Quintela, no Salgueiral; a do Dr. O. João Pais; a de António Fernandes de Sousa Ribeiro, na Pedra do Ouro; a de José Bernardo, no Largo de D. Elvira Rego, em frente ao Pelourinho; a da Quinta da Rosa; e a de Professor EIisio Mendes de Oliveira, em Chão de Couce.
Fontes e Lavadouros
Antigamente a distribuição de água potável aos vários lugares de Chão de Couce era um grande problema difícil e caro de resolver, tal como em todo o concelho. Atualmente, todas as casas já têm água canalizada, potável e controlada para que não haja assim problemas de saúde tanto humana como animais. Até ao 25 de Abril, a água era abastecida através de fontes públicas, sendo os custos suportados pelos benfeitores mais endinheirados de Chão de Couce ou emigrantes bem sucedidos no Brasil que nunca esqueceram as suas raízes.
Noutros casos foram necessárias as populações unirem-se e pressionarem o poder municipal a resolver essa necessidade básica da população. Assim aconteceu no caso da Pedra do Ouro, no ano de 1934. No dia 15 de Novembro desse ano, quando a Comissão Administrativa da Câmara de Ansião se encontrava reunida, sob a presidência do Dr. Adriano Rego, compareceram vários habitantes daquele e de outros lugares mais próximos, no qual seguia o Padre Manuel Gaspar Furtado, pedindo assim o fornecimento de água potável. Assim sendo a Comissão Administrativa aceitou fazer dentro de um prazo possível.
Na Pedra do Ouro passado uns anos apareceu a sua fonte pública graças aos seus habitantes, à Câmara e a António Fernandes de Sousa Ribeiro. No caso da Ameixieira, os habitantes, acompanhados pelos habitantes de Ribeirinho, Casal Soeiros e Lagoa, deslocaram-se à Câmara no Verão de 1935, parra pedir a construção de um poço, na Ameixieira, com o intuito de terem água potável onde se pudessem abastecer.
Pouco tempo depois seria feito o poço da Ameixieira, em 1935, onde se gastou 2.659$00. Em Chão de Couce a mais antiga situava-se nas proximidades do Adro da Igreja, onde se geravam grandes conversas.Essa fonte localiza-se precisamente onde se encontra atualmente a Casa Paroquial. Para a substituir foi mais tarde feita outra Fonte, localizada na estrada dos Portelanos e num dos acesos ao adro. No entanto ainda estão ativas as fontes da Furadouro, Fonte do Cano, as duas de Chão de Couce, Serradinhos e o “Poço da Ameixieira”.
A Ponte Da Estrada Real
Por aqui passava uma variante à antiga “Estrada de Coimbrã”, da qual ainda existe vestígios nas proximidades do Pontão, um dos quais é uma ponte, que, embora um pouco deteriorada, apresenta ainda características de grande antiguidade, pelo que apresenta a pedra de que é feito o arco, parece pertencer a Idade Média.
É provável que o mais antigo monumento da freguesia de Chão de Couce e que se salvou até hoje, pois nunca esteve sujeito a trânsito automóvel, dando assim a transparência da principal estrada que fez ligação entre Tomar a Coimbra, há muitos anos, talvez no principio do seculo XX, sendo assim esta ponte ficou inativa nas últimasdécadas. Dada a sua antiguidade, valia a pena ser classificada e conservada pelo seu valor histórico.
Sobre ela passaram o exército castelhano e português nas contendas da Crise de 1383/1385. Por ela passaram reis, rainhas e príncipes e por último o exército ibérico no contexto das Guerras da Restauração mais uma vez, aquando as invasões francesas e das Guerras Liberais, no século XIX.
Por estas e outras razões, visite a Freguesia de Chão de Couce, somos um povo que sabe acolher bem quem nos visita.
EVENTOS ANUAIS
Qualquer povo, por mais humilde que seja, tem uma vivência cultural que é bastante mais rica do que à primeira vista possa transparecer. E, neste particular, o povo de Chão de Couce é dono de uma experiência cultural que dificilmente terá sido igualada na região, ao menos no campo da música e do espectáculo musical.
Num tempo em que o trabalho dos campos absorvia quase todas as energias, e ocupava, de forma praticamente contínua, homens, mulheres e crianças, não havia tempo nem estruturas de lazer capazes de tirar o homem da sua dura rotina diária. Apenas a grande Fé, alimentada aos Domingos pela religião Católica, conseguia interromper das suas lides usuais uma população deveras trabalhadora. As romarias, bem marcadas na memória colectiva, eram os únicos momentos de folia para as gentes do povo, nesta região e na maior parte do país.
Ora, uma das romarias de maior nomeada em toda a região centro de Portugal, situava-se há século e meio atrás no concelho de Chão de Couce. Era a Romaria de Nossa Senhora da Guia, do Avelar, cuja a capela era administrada pela Câmara Municipal de Chão de Couce. Ali se juntavam milhares de romeiros, que vinham cumprir as suas promessas, e por causa do grande valor das suas ofertas surgiria a ideia da sua aplicação na criação de um hospital, que o Dr. Costa Simões ajudou a concretizar.
À semelhança do que era costume desde tempos imemoriais, continuam a realizar-se, nesta freguesia, várias festas religiosas, quer na sua sede, quer nos lugares que têm capela. Mudam os tempos e os modos de festejar, mas as festas essas vão teimando em manter-se, algumas vezes à custa de muita carolice de alguns dos seus naturais. Só nos lugares mais pequenos, designadamente no Casal Soeiro e no Alqueidão, as festas aos respectivos padroeiros têm vindo a esmorecer progressivamente.
Nos finais do século XIX e durante quase todo o século XX, as festas de carácter religioso tiveram aqui, como em toda a região, grande vitalidade e tradição. Regra geral, estas festas de grande pendor religioso e com o objectivo principal de honrar os padroeiros, tinham o seguinte ritual: celebração de Missa Solene, concelebrada por vários sacerdotes nos meios mais importantes, de que fazia parte um Sermão, feito muitas vezes por um sacerdote vindo de fora, expressamente para esse efeito, a que se seguia, normalmente, uma imponente Procissão participada pelo povo, e acompanhada de uma banda filarmónica. Durante a tarde havia lugar ao leilão das fogaças, à exibição da filarmónica, e a festa terminava com um baile e com uma sessão de fogo de artifício.
Entretanto, as ruas encontravam-se devidamente engalanadas e nos dias de festa estralejavam nos céus centenas de ruidosos foguetes. De facto, a ocasião das romarias era, muitas vezes, o único momento de lazer da maior parte do povo para quem o resto dos dias eram de trabalho intenso, nem sempre devidamente compensado pelas colheitas, quase sempre minguadas em comparação com o trabalho desenvolvido no amanho da terra. Algumas vezes, a folia, misturada com um excesso de consumo de vinho, esgotava-se em fartas cenas de pancadaria, que exigiam a intervenção das autoridades.
Uma das romarias mais concorridas desta freguesia a que acorria muito povo, era a do Sagrado Coração de Jesus que tinha lugar no Verão, embora em data móvel e habitualmente associada à comunhão das crianças.
No lugar da Serra de Mouro, realizam-se no 2º fim de semana de Julho, as Festas em Honra de Santo António, com grande participação popular. De destacar para além da parte religiosa, a parte recreativa com espectáculos de variedades e bailes.
No lugar de Pedra do Ouro, realizam-se nos finais de Julho, as Festas em Honra de S.Jorge. Depois de um interregno, as Festas regressaram com muito brilho em 2011.
No lugar de Ameixieira, realizam-se habitualmente no 2º fim de semana de Outubro, as Festas em honra de Nossa Senhora do Rosário.
No lugar de Casal Soeiro, realizam-se nos finais de Setembro inicio de Outubro, as Festas em honra de São Francisco de Assis.
No lugar de de Alqueidão, realiza-se em meados de Julho, as Festas em honra de Nossa Senhora da Nazaré.
GASTRONOMIA
A gastronomia da terra é rica e variada, onde o património humano afirma-se como do mais rico que aqui pode encontrar, pois em cada lugar encontrará pessoas humildes e hospitaleiras.
Pratos Típicos:
• Cozido com Couves, Cominhos e Carne de Peito (prato típico da matança do porco);
• Cacholada das Matanças (prato típico da matança do porco);
• Couves Miúdas com Feijão-Frade;
• Migas de Broa acompanhadas de Sardinha Assada;
• Sarrabulho.
Couves com Cominhos
Ingredientes: carne da barriga, bofe, espinhela, coração, goela, presunto (do ano anterior), chouriço ou salpicão (da matança anterior), morcela (feita na véspera, dia da matança), azeite q.b., couve lombarda branca, cominhos, arroz e sal q.b.
Preparação: Cozer as carnes temperadas com sal, um poucochinho de caminhos e um fio de azeite. Depois de cozidas, retiram-se as carnes e um pouco de caldo, colocando no restante as couves bem apertadas. Deixar cozer e, perto do final da cocção, acrescentar mais cominhos. Fazer arroz no caldo que se separou da cozedura das carnes. Servir em travessas separadas, urna com couves; outra com as carnes gordas, os enchidos e o presunto; urna terceira, com o coração, bofe, goela e espinhela; e a última, com arroz.
Cacholada das Matança
Ingredientes: ossos do espinhaço, costelas, alho, vinho tinto, colorau picante, louro, azeitem, mioleira, batata e sal q.b.
Preparação: Cortar os ossos e as costeletas em bocadinhos pequenos, colocar num tacho de barre juntamente com os alhos picados, o louro, o colorau picante, um pouquinho de vinho tinto e o azeite, e levar a refogar em lume brando. Acrescentar uns golinhos de vinho, de quando em quando. Quando o refogado estiver quase pronto, adicionar os miolos (mioleira) desfeitos, para ajudar a engrossar o molho. Servir acompanhado de batatas cozidas.
Vinhos da Região:
São néctares da região, os Vinhos Maduros (Tinto e Branco).
Doces Regionais:
Reinam sobre a confeitaria da região, Arroz Doce, merendeiras doces e Bolo de Noiva.
TRAJES CARACTERÍSTICOS
De acordo com documentos antigos desta região, recuperaram-se os trajes das Leiteirinhas, das Padeirinhas e dos Trouxas:
As Leiteirinhas vestiam uma blusa branca, saia preta e avental branco.
As Padeirinhas trajavam à maneira dos padeiros, com uma toalha e um gorro.
Da indumentária dos Trouxas, faz parte uma taleiga à moda militar.
Os elementos do Rancho “Margaridas da Serra" apresentam trajes característicos desta Região, que remontam a inícios do século XX, como os usados aquando da peregrinação anual a Nossa Senhora de Pranto, a Dornes.
Os homens vestem calça preta, camisa branca e colete com lenço vermelho no bolso. Usam uma cinta e, na cabeça, um chapéu preto. O cajado e a cabaçade vinho complementam a sua indumentária.
As mulheres trajam saia e blusa branca bordada. Usam um avental garrido sobre a saia e na cabeça, um lenço ainda mais garrido, apertado atrás. Calçam sapatos pretos sobre meias brancas de renda. À cintura, levam a algibeira, onde guardam o lenço e o terço. Na cabeça, sobre uma rodilha, colocam o cabaz com a merenda.